Postagem Extra da Semana
Boa Noite.
Antes de publicar a postagem desta
semana, faremos uma rápida retrospectiva dos conceitos estudados nas postagens
passadas e que serão necessários para o entendimento geral da Bioquímica do
vírus Ebola, de forma que, resumidamente, possamos relembrar as proteínas e
efeitos discutidos.
Interferon - Também
conhecido como interferona.
É uma substância produzida pelas células do
organismo dos animais vertebrados e alguns invertebrados, que tem a finalidade
de defender o corpo contra agentes externos, tais como vírus, fungos, células neoplásicas e bactérias, produzindo uma
resistência antiviral em células teciduais que não foram infectadas. Ele liga-se
à membrana dessas células, e ativa o gene que codifica as proteínas antivirais.
KPNA5 - Faz parte de
um subconjunto de transportadores nucleares conhecidos como carioferinas alfa
(KPNA, na sigla em inglês), cujo trabalho, é fazer a comunicação entre as
células, como um mensageiro, transmitindo sinais e carregando todo tipo de
mensagens do núcleo celular para outras partes da célula, ou vice-versa, que
acabam por controlar várias funções do organismo, incluindo nossas respostas
imunes.
STAT1
–
Proteína que em decorrência da invasão do organismo é transportada para o
núcleo, onde inicia a ativação dos genes de centenas de proteínas antivirais.
VP24 – Proteína do
Ebola que rouba o lugar destinado ao fator imunológico, fazendo com que o KPNA5
perca a capacidade de transportar STAT1, e a proteína não consiga alcançar o
núcleo celular, e ativar assim, a produção de Interferona. Assim o vírus Ebola desabilita
o sinal antiviral celular intrínseco, facilitando a sua replicação, sem impacto
no transporte normal de carga celular.
Tempestade
de citocina
- Efeito que consiste basicamente na produção exacerbada de citocinas, classe a
qual pertence a Interferona, e que pode resultar em uma resposta violenta e
mortal.
VP35 – Proteína do
ebola que trabalha para suavizar a imunidade, ligando-se e inativando proteínas
envolvidas nesta resposta, além de bloquear o reconhecido do RNA de cadeia
dupla, que são um aviso de uma infecção viral. O VP35 lida com sua tarefa
através de uma rota muito simples: se liga ao RNA de cadeia dupla, e o esconde
assim, do sistema imune. Em parte em consequência disso, e também em
decorrência da ação do VP 24, o sistema imune inato não desencadeia a produção
de moléculas de sinalização e defesa, e assim, o vírus pode se instalar e se
reproduzir.
Glicoproteína
do Ebola
– Única parte que normalmente se estende a partir da membrana e consiste na
principal coisa que o sistema imunológico vê, sendo, portanto, ligada à
capacidade de reconhecimento dos anticorpos dos pacientes que sobreviveram à
infecção. É o que realmente mata as células, por
atuar no bloqueio das mesmas, impedindo-as de colocar novas proteínas na sua
superfície, o que acarreta uma perda de contato com as células vizinhas, e
limita a capacidade de informar o sistema imune sobre o que está acontecendo.
Fácil, né?
Agora é só
seguir em frente, que ainda temos algumas coisas a discutir nas postagens 9 e
10.
Até.
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