sábado, 29 de novembro de 2014

Postagem Extra da Semana




Boa Noite. 
Antes de publicar a postagem desta semana, faremos uma rápida retrospectiva dos conceitos estudados nas postagens passadas e que serão necessários para o entendimento geral da Bioquímica do vírus Ebola, de forma que, resumidamente, possamos relembrar as proteínas e efeitos discutidos.

Interferon - Também conhecido como interferona. É uma substância produzida pelas células do organismo dos animais vertebrados e alguns invertebrados, que tem a finalidade de defender o corpo contra agentes externos, tais como vírus, fungos, células neoplásicas e bactérias, produzindo uma resistência antiviral em células teciduais que não foram infectadas. Ele liga-se à membrana dessas células, e ativa o gene que codifica as proteínas antivirais. 

KPNA5 - Faz parte de um subconjunto de transportadores nucleares conhecidos como carioferinas alfa (KPNA, na sigla em inglês), cujo trabalho, é fazer a comunicação entre as células, como um mensageiro, transmitindo sinais e carregando todo tipo de mensagens do núcleo celular para outras partes da célula, ou vice-versa, que acabam por controlar várias funções do organismo, incluindo nossas respostas imunes.

STAT1 – Proteína que em decorrência da invasão do organismo é transportada para o núcleo, onde inicia a ativação dos genes de centenas de proteínas antivirais.

VP24 – Proteína do Ebola que rouba o lugar destinado ao fator imunológico, fazendo com que o KPNA5 perca a capacidade de transportar STAT1, e a proteína não consiga alcançar o núcleo celular, e ativar assim, a produção de Interferona. Assim o vírus Ebola desabilita o sinal antiviral celular intrínseco, facilitando a sua replicação, sem impacto no transporte normal de carga celular.

Tempestade de citocina - Efeito que consiste basicamente na produção exacerbada de citocinas, classe a qual pertence a Interferona, e que pode resultar em uma resposta violenta e mortal.

VP35 – Proteína do ebola que trabalha para suavizar a imunidade, ligando-se e inativando proteínas envolvidas nesta resposta, além de bloquear o reconhecido do RNA de cadeia dupla, que são um aviso de uma infecção viral. O VP35 lida com sua tarefa através de uma rota muito simples: se liga ao RNA de cadeia dupla, e o esconde assim, do sistema imune. Em parte em consequência disso, e também em decorrência da ação do VP 24, o sistema imune inato não desencadeia a produção de moléculas de sinalização e defesa, e assim, o vírus pode se instalar e se reproduzir.

Glicoproteína do Ebola – Única parte que normalmente se estende a partir da membrana e consiste na principal coisa que o sistema imunológico vê, sendo, portanto, ligada à capacidade de reconhecimento dos anticorpos dos pacientes que sobreviveram à infecção. É o que realmente mata as células, por atuar no bloqueio das mesmas, impedindo-as de colocar novas proteínas na sua superfície, o que acarreta uma perda de contato com as células vizinhas, e limita a capacidade de informar o sistema imune sobre o que está acontecendo.

Fácil, né?
Agora é só seguir em frente, que ainda temos algumas coisas a discutir nas postagens 9 e 10.

Até.

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