VI
- A EPIDEMIA EBOLA:
A
AÇÃO DO VÍRUS NO CORPO HUMANO
Entenda um pouco sobre a doença considerada por muitos
a mais devastadora já descoberta na história da humanidade.
"O
mecanismo que o Ebola explora é extremamente insidioso. O vírus ataca o cuidado
e o amor, sobrepondo-se às mais profundas e distintivas virtudes humanas".
Benjamin Slate
Um
fato curioso ocorreu em setembro de 1976, na Bélgica, quando um pacote chegou ao
Instituto de Medicina Tropical em Antuérpia, contendo uma garrafa térmica azul,
(como uma usada para guardar café), e um bilhete. Lá, em meio a cubos de gelo
derretidos, estavam frascos de sangue (alguns quebrados) que haviam sido
transportados em vôo comercial, na bagagem de mão de um dos passageiros, e, que,
segundo o recado, teriam sido retirados de uma freira belga infectada por uma
doença misteriosa, e tinham sido enviados do Zaire, (hoje República popular do
Congo), por um médico também belga que lá estava. Peter Piot, médico, na época
com 27 nos, e atuante como microbiologista clínico, e sua equipe, colocaram algumas
daquelas células no microscópio eletrônico, e então veio a grande descoberta: O
vírus lembrava um verme gigantesco para os padrões, e era semelhante a apenas outro,
o Marburg. Tão logo, entretanto, consultaram especializadas, descobriram que
estavam diante de algo desconhecido (na foto abaixo, Peter Piot e um membro de sua equipe).
Após
serem noticiados da morte da freira, e da contaminação de muitas pessoas, em
duas semanas, os pesquisadores voaram para Kinshasa, rumo a uma aldeia na
floresta equatorial, de nome Yambuku, sede do surto, onde havia um hospital e
uma escola, dirigidos por Belgas de uma antiga missão católica. A equipe logo
ligou a epidemia, e o grande número de um grupo de pessoas infectadas (mulheres
gestantes entre 18 e 30 anos), ao motivo do surto, e descobriram que o vírus se
espalhava, a partir de uma injeção de rotina que as mulheres grávidas recebiam
assim que chegavam, (que devido à condição do hospital, usava de seringas
reutilizadas), e também por meio da participação em funerais.
Em
vista disso, o próximo passo dos pesquisadores foi barrar a transmissão do
vírus, colocar pessoas de quarentena e ensinar como enterrar corretamente os
que faleciam, e enfim, as medidas tomadas, e o fechamento do hospital, levaram
ao fim da Epidemia, que já tinha matado mais de 300 pessoas, e que foi batizada
pela equipe, com o nome de um rio: Ebola. Hoje, depois de 38 anos, o mundo está
vivendo a pior epidemia de Ebola do mundo, com muitos mortos e países em surto,
e, entretanto, as medidas de saúde são as mesmas de 1976 (isolamento, descarte correto
de materiais e higiene), e um tratamento ainda é inexistente.
Neste blog, discutidos muitos temas
relacionados ao Ebola, como: um breve histórico do início, (hoje visto de forma
mais aprofundada), os tipos, os sintomas, as formas de contágio, o estágio da
doença, as formas de transmissão, prevenção e tratamento, e por fim, as
relações entre a doença e a história e cultura africana. A proposta desta semana
é uma pincelada nos princípios bioquímicos da doença, e mais: Entender como a
mesma age no corpo humano.
Como
o Ebola age
O vírus Ebola, ocorre geralmente nas
células, e, segundo uma reportagem do The New York Times, uma gota de sangue de
um paciente com essa doença pode conter cerca de 10 bilhões de partículas do
vírus. Acima de tudo, ela se desenvolve de forma rápida, lesando os vasos
sanguíneos do indivíduo, e provocando uma hemorragia generalizada que leva à
falência total dos órgãos, e no fim, à morte.
Entretanto, não é o vírus ebola que mata
a pessoa. O mesmo age de uma forma muito mais sutil e inteligente, e, ao invés de
atacar o sistema imunológico (como o vírus da AIDS, por exemplo), faz com que o
próprio organismo se destrua, tornando as veias frágeis, e seja levado à morte,
geralmente, por uma queda na pressão arterial, em decorrência da perda de
sangue. Tal fato decorre principalmente do atraso do corpo em detectar a
doença, que só o faz quando está em nível avançado (Um pouco mais sobre isso
será explicado no próximo item).
O Ebola também é prodigioso em termos de
sobrevivência, e, embora não consiga se espalhar pelo ar, tem facilidade de
encontrar vítimas na medida em que conta com um comportamento nobre e
fundamental do ser humano, que é a necessidade do toque, e de permanecer
próximos aos doentes para lhe dar conforto e carinho, ou mesmo, como foi
discutido diversas vezes, no “A bioquímica pegou o Ebola”, o Vírus conta com o
fato de o ser humano ser muito ligado à cultura, coisa que leva o povo africano
ao risco da contaminação, principalmente no que diz respeito aos ritos
funerários.
Segundo afirma Benjamin Slate, professor
de Filosofia e Estudos Ambientais da Universidade do Colorado:
"O
mecanismo que o Ebola explora é extremamente insidioso. O vírus ataca o cuidado
e o amor, sobrepondo-se às mais profundas e distintivas virtudes humanas".
O Ebola por outro lado, que segundo
muitos cientistas defendem, chegou até o homem por meio da ingestão da carne de
macaco ou morcego, algo que está ligado à cultura africana, ou então por
mordidas de animais, é considerado como um vírus burro, como explica Alexandre
Barbosa, professor de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp –
Botucatu):
“Durante
séculos o ebola deve ter ficado apenas entre os morcegos, infectando-os sem que
eles desenvolvam a doença. Esse é o melhor cenário para os vírus, que conseguem
sobreviver junto com seu hospedeiro. Quando ele chega a outros animais, como o
homem, ele mata rapidamente, porque não está adaptado. Por isso, pode-se dizer
que é um vírus ‘burro’: não consegue sobreviver por muito tempo no ser humano”.
Apesar dos fatos citados acima, e de o
vírus Ebola ser considerado “burro”, existe a possibilidade de mudanças, e é provável
que o mesmo já esteja evoluindo para uma forma mais perigosa, como defende
Peter Jahrling, um dos cientistas-chefe do Instituto Nacional de Alergologia e
Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), que afirmou que a quantidade de
partículas de vírus no sangue aumentou, em testes recentes feitos com pacientes
da Libéria, fato este, que elevaria as chances de contágio.
Dentro
do corpo
O
sucesso do Ebola e a sua capacidade mortal dependem do mau funcionamento de uma
proteína, e tal fato é muito simples de se entender. No momento em que o
organismo percebe um agente patogênico, uma proteína entra em ação e alerta as
células saudáveis do corpo sobre o invasor, enviando uma mensagem diretamente
ao centro de comando da célula, utilizando-se de uma via de emergência, em
vista de preparar a "resistência" do corpo para a batalha contra o
mesmo, em que Interferon, também conhecido como interferona, (que é uma produzida pelas células do organismo dos animais vertebrados
e alguns invertebrados, e está representada abaixo), terá a finalidade de defender o corpo contra agentes
externos, tais como vírus, fungos,
células neoplásicas e bactérias, produzindo uma
resistência antiviral em células teciduais que não foram infectadas, ligando-se
à membrana dessas células, e ativando o gene que codifica as proteínas
antivirais.
Entretanto, isso não acontece com o Ebola, que ‘hackeia’ o
sistema de comunicações do organismo ao anexar outra proteína, que torna o mensageiro
irreconhecível, e lhe tira a capacidade de entrar nas células, deixando o Ebola
livre para agir e se reproduzir, em vista que o sistema imunológico ignora o
problema. Desta forma, o Ebola ataca o organismo, circulando rapidamente pelo
sangue, colonizando o mesmo, e penetrando em alguns órgãos, (o fígado é um dos primeiros),
e células, matando-as por dentro, e rompendo suas membranas, o que coloca mais
partículas no sangue. Depois, o Ebola ataca os rins e os pulmões, e os sintomas
piores e mais severos aparecem.
O sistema imunológico começa a agir quando os
sintomas já são evidentes, entretanto, seu trabalho é feito de forma
descoordenada, já que o Ebola atrapalha a comunicação com as células. Em uma
última instância para exterminar o vírus, o organismo começa a destruir a si
próprio, provocando as hemorragias. Essa sequência de eventos ocorre devido a
uma produção exacerbada de proteínas para combater o vírus, entre elas, o interferon, que, no entanto, começa a ser produzida sem controle, em
vista do problema no organismo e acarreta febre alta, acúmulo de fluidos,
células mortas e sangramentos.
A
realidade do tratamento
Os hospitais africanos estão
superlotados e os motivos para a crise do sistema de saúde já foram debatidas
na semana passada. O vírus Ebola pode provocar mortalidade de até 90% dos
infectados e, segundo o NY Times, boa parte dos que estão com o vírus,
simplesmente são enviados de volta para suas casas para morrerem, e, mesmo para
os que ficam nos hospitais, não há tratamento nem vacina específica, e a única
maneira de manter uma pessoa infectada viva, é lutar contra os sintomas,
utilizando-se de injetados fluidos intravenosos para que os órgãos continuem
funcionando e a perda ocasionada pela doença seja reposta. Além disso, pode se
usar ventiladores pulmonares, ingestão de líquidos, e medicamentos para manter
a pressão sanguínea, tratamentos esses, que mesmo aumentando as chances, não
garantem a sobrevivência, e além de tudo, são muito caros (Nos EUA um tratamento
de um infectado com Ebola chega a custar mil dólares por hora).
A realidade, infelizmente, é que o povo
africano está praticamente sozinho nesta luta contra uma doença que fere não só
a dignidade humana, debilitando fortemente o corpo e isolando a pessoa
completamente do convívio social (caso ocorra o tratamento), mas que ataca
também o amor, a compaixão e o apoio dos demais, que, como defendeu a citação
do início desta postagem, são as mais profundas e distintas virtudes humanas.
Em
breve...
Sobre o
Ebola, muitas perguntas podem surgir:
O que é
MSF e quais os riscos dos profissionais da saúde que trabalham com o Ebola? É
possível a cura total? Tem Ebola no Brasil? O Ebola seria um grandioso
embuste? Qual a relação entre o Ebola e a sociedade Africana?
Esses são
alguns dos assuntos que serão trabalhados nas próximas semanas.
Até.
Referências:
<http://www.administradores.com.br/noticias/cotidiano/entenda-como-o-ebola-age-no-organismo-e-porque-e-uma-doenca-tao-mortifera/93832>
Acesso em 08 de outubro de 2014.
<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0042-96862010000700006&lang=pt>
Acesso em 08 de outubro de 2014.
< http://veja.abril.com.br/noticia/saude/ebola-como-o-virus-burro-se-tornou-uma-epidemia>
Acesso em 08 de outubro de 2014.
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/07/140721_descobridor_ebola_lab>
Acesso em 08 de outubro de 2014.
<http://www.infoescola.com/sistema-imunologico/interferon/>
Acesso em 08 de outubro de 2014.
O Ebola é apenas mais um dos vírus emergentes descobertas recentemente. Ganhou notoriedade mundial com o surto da doença ocorrido no Zaire em maio de 1995. O Ebola mata 90% de suas vítimas e a morte ocorre em poucos dias.
ResponderExcluirA morte é tão horrorosa que parece roteiro de um filme do gênero terror-ficção: o vírus ataca todos os órgão e tecidos do corpo humano, com exceção dos ossos e alguns músculos. O colágeno, tecido responsável pela unidade da pele e que mantém os órgãos juntos transforma-se numa pasta disforme. A pessoa infectada expele sangue por todos os orifícios do corpo, inclusive pelos olhos e rachaduras expontâneas que surgem na pele. O globo ocular fica cheio de sangue, o que causa cegueira. A hemorragia interna não cessa porque o sangue não coagula. A superfície da língua se desfaz, o revestimento da traquéia e da garganta se desmancha e pode descer para os pulmões. Surgem hemorragias no coração e o músculo fica flácido. O fígado incha, apodrece e se liquefaz. A medula se desfaz aos pedaços. Os rins, repletos de células mortas, deixam de funcionar e a urina se mistura com o sangue. O baço incha e endurece. A pessoa vomita pedaços do intestino com sangue. O vírus destrói o cérebro e a vítima geralmente tem convulsões epilépticas no estágio final da doença.
http://usuarioweb.infonet.com.br/~biologia/ebola.htm
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ResponderExcluirNos últimos meses, as atenções estão voltadas para a epidemia de Ebola na África, que já matou mais de 1.000 pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto como uma emergência de saúde global, autorizando o tratamento de pacientes com a droga não testada ZMapp. Em meio a tudo isso, é de se espantar que o mecanismo específico pelo qual o vírus mata acabou de ser descoberto. Normalmente, nosso corpo produz interferon em resposta a infecções virais, que age como um mensageiro veloz, avisando aos leucócitos para mobilizarem genes e proteínas Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, liderados por Gaya Amarasinghe, descobriram que o vírus Ebola produz uma molécula chamada VP24, que bloqueia o canal através do qual o interferon normalmente atravessa, paralisando a resposta do sistema imune. Com seu mecanismo habitual nocauteado, as células ficam indefesas contra o vírus. O ebola adora não ter que lidar com um sistema imunológico funcional; isso quer dizer que o vírus pode se multiplicar e criar o caos sem nenhuma interferência. A supressão do sistema imunológico antiviral) dá abertura para uma possível tempestade de citocina. Uma tempestade de citocina é, basicamente, uma produção exarcebada de citocinas (a classe de proteínas à qual a interferona pertence), que pode resulta em uma resposta imunológica rápida e potencialmente mortal.
ResponderExcluirFonte: http://motherboard.vice.com/pt_br/read/como-o-virus-do-ebola-mata
Muito interessante a forma como esse tema foi exposto no blog,e nos alertando sobre o modo como o virus atua no corpo humano.Depois de entrar no corpo, o vírus do ebola entra nas células e se reproduz. Depois ele explode as células e produz essa proteína que causa devastação. A proteína é chamada glicoproteína ebolavirus, e ela se liga às células na parte interna dos vasos sanguíneos. Isso aumenta a permeabilidade dos vasos – o que leva ao vazamento do sangue. O vírus provoca um desarranjo na capacidade do corpo de coagular e engrossar o sangue.
ResponderExcluirMesmo pessoas que não apresentem sintomas de hemorragia terão esse vazamento de sangue dos vasos – o que pode levar ao choque e, eventualmente, à morte.
O vírus do ebola também é mestre em evadir as defesas naturais do corpo: ele bloqueia os sinais enviados para as células chamadas neutrófilas, as células brancas que têm a responsabilidade de soar o alarme para o sistema imunológico entrar em ação e atacar. Na verdade, o ebola infecta as células imunológicas e as usa para viajar para outras partes do corpo – incluindo o fígado, os rins, o baço e o cérebro. Cada vez que uma das células infectadas pelo ebola explode e seu conteúdo se espalha, o dano e a presença das partículas do vírus ativam moléculas chamadas citoquinas. Num organismo saudável, as citoquinas são responsáveis por provocar uma resposta inflamatória, para que o corpo saiba que está sendo atacado.
Mas, no caso de um paciente de ebola, a liberação [das citoquinas] é avassaladora, o que causa sintomas parecidos com os da gripe, que são os primeiros sinais do ebola.
http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/o-que-acontece-quando-uma-pessoa-e-infectada-com-o-ebola
Como parte de uma resposta rápida, a célula normalmente permite uma "via de acesso de emergência" do STAT1 ao núcleo celular. Normalmente a interferona faz com que o STT1 entre no núcleo da célula, onde ativa os genes para centenas de proteínas que se somam à resposta contra o vírus. Mas, quando a VP24 está junto ao STAT1, não consegue ingressar no núcleo.
ResponderExcluirAo atacar o lugar de enlace das KPNA, que é crucial para o reconhecimento do STAT1 e a transferência ao núcleo, o vírus do ebola desabilita o sinal antiviral celular intrínseco e, com isso, facilita a replicação viral sem impacto no transporte normal de carga celular.
Muitos defendem que atualmente há uma decadência do contato físico entre pessoas, concretizando o estreitamento das relações pessoais. Nesse sentido, é defendida a ação de tocar, tanto como forma de cuidar como de compartilhar dores. Como reforçado no post, muitas doenças constituem motivos para a resistência das pessoas à ação de tocar.
Foi uma ótima abordagem ao relacionar a inibição do interferon com os sintomas do ebola.
FONTE
http://noticias.r7.com/saude/cientistas-descobrem-como-virus-ebola-afeta-sistema-de-imunologico-13082014
Como dito, o alvo do vírus é distorcer as ações do sistema imunológico, e com isso iniciar suas consequência deletérias. Nesse sentido, vale ressaltar que o povo das regiões mais atingidas são extremamente vulneráveis ao vírus, pois já possuem o sistema imunológico deficiente devido a desnutrição que assola essa população. Fica tudo mais difícil, pois o vírus que atua desorganizando o sistema de defesa, encontra um corpo já sem defesa.
ResponderExcluirDavi, quero até lhe dá uma ideia de uma postagem, pois seria interessante fazer uma relação entre desnutrição e ações do vírus ebola .
Obrigado pela sugestão. Certamente abordarei este assunto entre as postagens restantes, assim como abordei a relação entre a cultura africana e o Ebola, no meu quinto post, e que foi um tema proposto pela Maira. Até.
ExcluirÉ válido acrescentar também que "Há também evidências de que a glicoproteína [localizada na superfície da membrana do vírus Ebola] é o que realmente mata as células individuais. Inserindo o gene sozinho em células que normalmente revestem os vasos sanguíneos é suficiente para causar a sua morte. A glicoproteína parece matar as células, bloqueando a sua capacidade de colocar novas proteínas na sua superfície. Isso faz com que as células percam o contato com seus vizinhos e morram. (Ele também tem o efeito colateral de limitar a capacidade das células para informar o sistema imune que estão infectadas.)". Assim, com essas informações e outras que vão sendo descobertas, surge a esperança de conseguir uma cura ou vacina para tal doença, e espera-se que entidades médicas e os países desenvolvidos não deixem a África sozinha para combater tal epidemia.
ResponderExcluirFonte:http://arstechnica.com/science/2014/11/understanding-the-ebola-virus/
O Ebola é um vírus que provoca uma doença violenta e altamente letal. Mas, na verdade, não é o vírus que mata as pessoas infectadas. Ao invés de atacar o sistema imunológico, como o vírus da AIDS, o Ebola age de maneira mais sutil e inteligente, fazendo com que o próprio organismo se destrua. A maior parte das mortes ocorre por queda na pressão arterial resultante da perda de sangue. A reação do sistema imunológico chega a ser tão intensa que torna as veias frágeis, o que provoca as hemorragias e sangramentos pelos poros. Isso ocorre porque o corpo só recebe o "alerta" quando a infecção já se encontra em nível avançado -- segundo uma reportagem do The New York Times, uma gota de sangue de um paciente com Ebola pode conter cerca de 10 bilhões de partículas do vírus. A mesma quantidade de sangue em pacientes com HIV, por exemplo, carrega entre 5 mil e 100 mil partículas de vírus, enquanto em pessoas com Hepatite C não tratadas o volume varia entre 5 milhões e 20 milhões.
ResponderExcluirFonte:
http://www.administradores.com.br/noticias/cotidiano/entenda-como-o-ebola-age-no-organismo-e-porque-e-uma-doenca-tao-mortifera/93832/